quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A Psicanálise é inútil?

O post começa bombástico: "Psicanálise é inútil". Eu, que já sou chegado a discutir sobre a utilidade, eficácia, terapêutica etc da psicanálise, fui ler de curioso. Apesar de curto, depois de uma árdua leitura e tradução, percebo aos trancos e barrancos que o autor está se referindo à primeira entrevista; eu diria ainda, o primeiro encontro.Não se trata de uma crítica à entrevista preliminar, mas a uma entrevista preliminar que não leva em consideração o real. Lembro agora de Antônio Quinet em “As 4+1 condições de análise”, onde: EP = A, implicando que EP # A. Segundo ele, o que iguala entrevista preliminar à análise é a associação livre e o que distingue, a necessidade de um diagnóstico estrutural. Quinet à parte, gostei da radicalidade de Petros ao afirmar que não devemos ser eunucos, ou seja, analista pacíficos, bons samaritanos. Devemos, sim, é “transar no primeiro encontro”. Que tal a provocação?!

Segue a tradução livre:


PSICANÁLISE É INÚTIL.

E o seu vazio persistirá, humanamente, como o bom Samaritano, que é bom-para-nada para a Causa, enquanto existirem analistas que ofereçam “uma sessão preliminar”. Isto divulga a impotência da prática, já que a Causa orienta-se para o real – o ato psicanalítico é uma “transa no primeiro encontro”, não um De f-ato como praticado por certos demagogos do processo, como se se soubesse, como se por procurar as causas ou por explicar o porquê leva tempo, ou por somente falar, ou por revelar diferentes sentidos, que são maldosas promessas dentro das páginas de um elaborado manual, ainda distante da ética analítica: isto é o que preocupa – é sobre um bom sentido. O f-ato de existir necessidade de uma sessão preliminar, declara que a psicanálise falha em ser um ingrediente genuíno do discurso social, uma moção de orientação, mas que tem conseguido fazer parte de um discurso terapêutico – é por isso que é inútil. Em vista disso, muito analista tem suas frases prontas para o primeiro encontro, intelectuarizaram suas respostas e expectativas, como profetas pós f-ato, as mesmas perguntas monótonas nas mãos, aquelas perguntas que revelam a eles mesmos na primeira entrevista preliminar, que é de graça porque é inútil; um flerte de primeira categoria e respostas bem informadas, calma e uma voz compassiva: grande coisa, certamente, quando se é um Eunuco. E sobre o Real – a pergunta que não ocorre: é por isso que eles não trepam no primeiro encontro.

fonte: 
http://petrospatounas.com/psychoanalysis-is-useless/


Felipe Grillo 



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Romances...


"O que significa dizer que nós, neuróticos comuns, organizamos mentalmente nossas histórias de vida como se fossem romances? Antes de mais nada, que não suportamos o caos, a errância, a passagem do tempo nos conduzindo onde não podemos prever e nos modificando de maneiras que não conseguimos controlar. Mas significa também que pertencemos a um tipo de sociedade em que o tempo de fato modifica as pessoas, uma sociedade que permite e até promove que o rumo tomado por uma vida se distancie tanto de sua origem que, se não produzirmos algum fio narrativo ligando começo, meio e fim, algumas representações que nos sustentam subjetivamente perderão completamente o sentido. A ideia de que somos “indivíduos”, por exemplo, coesos e reconhecíveis ao longo do tempo; a ideia de que a vida que vivemos constitui uma unidade coerente e dotada de sentido e não uma sucessão de dias transcorridos a esmo." 
(Maria Rita Kehl)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sem limite

Texto de Jorge Forbes fala sobre a sociedade atual e a ausência de limites que foram deslocados pela evolução científica. 
Sem Limites
Um dia talvez, quando os historiadores se debruçarem sobre os últimos vinte anos do século vinte, notarão que uma das suas mais claras características foi o estabelecimento do “sem limite”. Sem limite de distância, com a revolução da Internet; sem limite da cura, com novos medicamentos, clonagens, partos fabricados; sem limite da segurança, com carros blindados e guardas armados; sem limite da beleza, com plásticas estéticas e dermatologia cosmética. E esses historiadores constatarão um paradoxo: ao contrário do que o “bom senso” poderia esperar, não acompanhou esse formidável progresso uma taxa equivalente de felicidade e de bem estar, ao contrário, o que se viu foi o crescimento dos quadros depressivos e das toxicofilias. Surpresa! O que aconteceu? Em um primeiro momento pensou-se que os novos métodos não traziam a almejada felicidade por estarem sendo sub-utilizados e, em conseqüência, tocou-se a multiplicá-los. Se um guarda é pouco, contratam-se dois, ou três, ao mesmo tempo que transforma-se sua casa em casamata, nada ficando esta a dever às celas de um presídio de segurança máxima. Conclusão: é a vítima em potencial, em seu afã de proteção, que acaba na cadeia, e, pior, por auto-aprisionamento.

Raciocínio semelhante pode ser empregado para os outros novos remédios tecnológicos. Tomemos a beleza. Descobriu-se que o “botox” tem propriedades paralisantes da pele que propiciam o desaparecimento das rugas, porta-vozes da velhice. O local onde é mais aplicado é na testa, fazendo-a ficar “lisinha” (sic), é o efeito pretendido. Ocorre que, ao ser aplicado no meio da testa, muda a expressão facial da pessoa, pois, as laterais estando livres, as sobrancelhas se arqueiam só nas pontas externas reconstituindo, em anima-nobili (o nome acadêmico da espécie humana), os mesmos traços das terríveis bruxas das histórias em quadrinhos. Belas, sem dúvida, mas bruxas. Aí, para retirar o efeito bruxa, só aplicando um pouquinho mais de “botox” nas laterais. Pronto, agora não é mais bruxa, é só uma “Barbie” aparvalhada, com cara de vazio. Finalmente, é o prêmio de consolação, basta aguardar alguns meses para o “botox” ser reabsorvido, voltando tudo à velha forma; no caso do “botox” ainda dá para remediar.

Onde está o limite? Deslocadas pelas evoluções científicas de seu terreno chamado “natural”, as pessoas sofrem hoje de uma verdadeira síndrome do “sem limite”. Será que a única solução é o limite da dor, como quando uma pessoa se vê encarcerada em sua própria casa (ainda está na memória de todos a história do banqueiro que morreu queimado em seu banheiro super-protegido), ou de quando seu rosto perdeu a vida? Ou, ainda, seria uma solução marcar o próprio corpo na tentativa de fixar um limite? Da auto-mutilação às tatuagens e aos piercings a fronteira é tênue.

O que esperamos é que a crítica esclarecida faça um trabalho de separação entre os formidáveis avanços científicos dessas últimas décadas e a ideologia a eles parasitária do tudo-pode, tudo-tem-jeito. Caberá a médicos e pacientes e, de uma forma mais ampla, a fornecedores e usuários, responsabilizar-se pelo estabelecimento de novos limites. Deverá se privilegiar aquilo que se quer e não o que se pode.

A época da globalização que estamos entrando exige de cada um o exercício de seu próprio limite, que hoje em dia vem menos da “natureza” que da própria escolha responsável. É aquilo que eu quero que me restringe e não o que o outro, o tempo, por exemplo, me impede de conseguir. Ah, mas não é nada fácil o exercício da expressão do querer. A pergunta: “Você quer o que você deseja?” é uma das mais difíceis de responder, tanto por mulheres, quanto por homens. Mas isso já é assunto para um próximo artigo, porque também aqui há limite.

terça-feira, 16 de julho de 2013


Novas nomeações na atualidade

As novas nomeações e seus efeitos nos corpos
Nieves Soria Dafunchio


A psicanálise ensina que eu, corpo e realidade são construções convergentes, impossíveis sem a mediação do simbólico. A pergunta que me surge, tendo em vista nosso próximo Encontro, é sobre os efeitos do declínio da nomeação paterna e da emergência de novas nomeações sobre os corpos

Se bem encontramos antecipações desde o começo do ensino de Lacan, é, sobretudo, no final do mesmo ensino que nomeação e enlaçamento se tornam conceitos indissolúveis, equivalentes. Lacan estabelece a nomeação edípica como um enlaçamento borromeano entre os três registros, por um quarto anel, de modo que nenhum registro fica diretamente implicado em relação a outro. Quando esse é o tipo de enlaçamento, o corpo é uma construção que se sustenta em uma função eminentemente simbólica que faz mediação entre o corpo imaginário e o corpo real.
Nessa mediação há lugar para o ato da palavra, coração da intervenção analítica, já que o gozo corporal está intimamente atravessado por uma ordem simbólica flexível, mesmo que não extensível.
As novas nomeações, ao contrário, tornam mais presentes as dimensões imaginária e real do corpo, colocando uma dificuldade para a intervenção analítica, a cuja modalidade clássica às vezes os novos sujeitos parecem impermeáveis.
Em um extremo encontramos o nomear para, um tipo de nomeação que nos anos setenta (em seu Seminário Les non dupes errent) Lacan assinalou como se sobrepondo cada vez mais à nomeação paterna. Trata-se de um tipo de nomeação para qual geralmente basta a mãe que designa um projeto para o filho, encerrando-o numa ordem de ferro. Lacan indicou que nesses casos o social toma a prevalência de nó. Seu correlato clínico são os corpos enrijecidos em uma nomeação que localiza o gozo sem flexibilidade e que dá lugar às tribos monossintomáticas próprias da época, nomeações anônimas que têm um efeito de ser, de enlaçamentos tais como: anorexias, bulimias, obesidades, adições, TOC, ataque de pânico, fobia social, etc.
Na prática com esses casos a pergunta que emerge é como introduzir um equívoco na rigidez da nomeação propiciando por sua vez uma trama simbólica mais ampla para que o sujeito possa realizar um novo enlaçamento prescindindo daquele da norma de ferro. Como conseguir com o corte e a retificação operar ao mesmo tempo introduzindo o equívoco e orientando uma nova trama.
No outro extremo encontramos nomeações lábeis, nomeações imaginárias que deslizam e se fazem presentes sob a modalidade de um gozo disperso, vazio, no centro da experiência analítica desses sujeitos. Sujeitos errantes para os quais não é possível encontrar nenhum efeito forte de ser, tampouco de desejo, sujeitos que declaram não saber o que querem nos distintos âmbitos de suas vidas. Trata-se de sujeitos que são, sucessiva ou simultaneamente, polissintomáticos, apresentando uma estrutura polimorfa, cujo correlato é um corpo que não cai em nenhum lugar.
Na prática com esses casos a pergunta que se pode colocar é como introduzir uma orientação que possibilite uma tessitura do simbólico que sustente o corpo e faça furo localizado, afastando-o da pura dispersão do real, como orientar o tratamento em uma função efetiva de nomeação.
Interessa-me a investigação dessas intervenções que, longe da ortodoxia clássica, mas muito próxima da precisão que possibilitam a lógica e a topologia, nos obrigam a cada vez reinventar o ato da palavra.

Fonte:
http://www.enapol.com/pt/template.php?file=Textos/Las-nuevas-nominaciones_Nieves-Soria-Dafunchio.html


III Simpósio de Psicanálise de Niterói
28 de setembro de 2013, sábado
Auditório do Edifício Central Park
Rua Otávio Carneiro, 143 - Icaraí - Niterói - RJ

Inscrições:simposiodepsicanalisedeniteroi@gmail.com

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Mostra Quentin Tarantino no CCBB

Existe coisa mais contemporânea que Tarantino?
Na semana que vem, vai chegar ao Rio a Mostra Quentin Tarantino, no CCBB. Serão exibidos todos os filmes do cineasta, incluindo suas participações como ator e produtor, totalizando 19 títulos. 
E outra boa notícia é que o Cinepasse sai por R$6 ou 3 (meia) e vale pra TODOS os filmes da mostra! 

De 17 a 29 de Julho

*O CCBB agora não abre às TERÇAS
R$ 6 e R$ 3 (meia) – Você só paga uma vez para ir a todas as sessões!*
*CINEPASSE : Válido por 30 dias, para acesso às mostras de cinema, por meio de senhas. As senhas deverão ser retiradas 1 hora antes decada sessão (eu nunca tive problemas pra retirar mais perto da sessão começar, desde que hajam lugares livres, claro).




Programação Completa

17 de julho – quarta-feira
14h30 – Amor à Queima-Roupa (1993), 120 min, DVD, 16 anos
17h – Cães de Aluguel (1992), 99 min, 35mm, 18 anos
19h - Tarantino’s Mind (2006), 15 min, DVD, 14 anos + Pulp Fiction – Tempo de Violência (1994), 154 min, 35mm, 18 anos

18 de julho – quinta-feira
15h30 – Assassinos por Natureza (1994), 118 min, 35mm, 18 anos
18h – O Albergue (2005), 100 min, DVD, 18 anos
20h – O Albergue 2 (2007), 93 min, DVD, 18 anos

19 de julho – sexta-feira
14h – Dance me to the End of Love (1995), 6 min, DVD, 14 anos + Grande Hotel (1995), 98 min, 35mm, 16 anos
16h – Jackie Brown (1997), 154 min, 35mm, 16 anos
19h – Django Livre (2012), 145 min, 35mm, 16 anos

20 de julho – sábado
14h30 – Um Drink no Inferno (1995), 108 min, 35mm, 18 anos
17h – Um Drink no Inferno 2 : Texas Sangrento (1999), 96 min, DVD, 18 anos
19h – Sin City – A Cidade do Pecado (2005), 124 min, 35mm, 16 anos
21 de julho – domingo
14h30 – Kill Bill: Vol.1 (2003), 110 min, 35mm, 18 anos
16h30 – Kill Bill: Vol.2 (2004), 136 min, 35mm, 16 anos
19h – Bastardos Inglórios (2009), 153 min, 35mm, 18 anos

22 de julho – segunda-feira
15h – Jackie Brown (1997), 154 min, 35mm, 16 anos
18h30 – Grindhouse – À Prova de Morte + Planeta Terror , 191 min, Bluray, 18 anos

24 de julho – quarta-feira
14h30 – O Albergue (2005), 100 min, DVD, 18 anos
16h30 – Sin City – A Cidade do Pecado (2005), 124 min, 35mm, 16 anos
19h – Bastardos Inglórios (2009), 153 min, 35mm, 18 anos

25 de julho – quinta-feira
16h – O Albergue 2 (2007), 93 min, DVD, 18 anos
18h – Cães de Aluguel (1992), 99 min, 35mm, 18 anos
20h – Kill Bill: Vol.1 (2003), 110 min, 35mm, 18 anos

26 de julho – sexta-feira
15h – Um Drink no Inferno (1995), 108 min, 35mm, 18 anos
17h – Dance me to the End of Love (1995), 6 min, DVD, 14 anos + Amor à Queima-Roupa (1993), 120 min, DVD, 16 anos
19h30 – Kill Bill: Vol.2 (2004), 136 min, 35mm, 16 anos

27 de julho – sábado
15h – Um Drink no Inferno 2 : Texas Sangrento (1999), 96 min, DVD, 18 anos
17h – Pulp Fiction – Tempo de Violência (1994), 154 min, 35mm, 18 anos
20h – À Prova de Morte (2007), 114 min, 35mm, 16 anos

28 de julho – domingo
15h30 - Grande Hotel (1995), 98 min, 35mm, 16 anos
17h30 – Assassinos por Natureza (1994), 118 min, 35mm, 18 anos
20h – Planeta Terror (2007), 92 min, DVD, 18 anos

29 de julho – segunda-feira
14h - Pulp Fiction – Tempo de Violência (1994), 154 min, 35mm, 18 anos
17h – Django Livre (2012), 145 min, 35mm, 16 anos
20h – Tarantino’s Mind (2006), 15 min, DVD, 14 anos + Cães de Aluguel (1992), 99 min, 35mm, 18 anos

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"Diga-me o tamanho de seus seios, a brancura de seus dentes ou o comprimento de seu cabelo e lhe direi quem você é e quanto vale"

Pegamos carona no tema super atual do VI ENAPOL - VI Encontro Americano de Psicanálise de Orientação Lacaniana e XVIII Encontro Internacional do Campo Freudiano, e compartilhamos aqui também alguns textos publicados no site do evento (http://www.enapol.com/pt/template.php) que nos convoca a pensar a prática clínica na atualidade e principalmente a ralação dos sujeitos com seus corpos. 

O Encontro, que tem como tema Falar com o Corpo: A crise das normas e a agitação do Real, acontece em novembro em Buenos Aires e tem tudo a ver com temas que serão debatidos por alguns palestrantes no III Simpósio de Psicanálise de Niterói.

Cosmos cosmética
Jorge Castillo

"O homem intervém sobre seu corpo de forma similar àquela em que os artistas intervêm sobre os objetos cotidianos: o pintam, o cortam, o perfuram, o atravessam, o queimam, lhe acrescentam outros objetos.
Isto é assim em todas as civilizações, desde que o homem é homem, ou seja, desde que existe a linguagem. Não se trata de um fenômeno isolado, mas de um fato de estrutura. Há uma insuficiência da imagem do corpo em responder à pergunta: "Quem sou?". A cosmética pode, então, funcionar como uma espécie de ortopedia para nos reconhecermos no olhar do Outro. Uma ajudinha para a identificação. Para fazer o amor e a guerra. Como uma velhinha que dizia haver começado a pintar os lábios para que não a confundissem com um velhinho.
A cosmética pode também servir para se fazer passar pelo que não se é ou para escapulir sem ser visto. Para enganar o Outro, para causar seu desejo, sua ira ou seu temor. Trata-se de uma satisfação ligada à imagem do corpo que a cosmética pode ajudar a dialetizar, a entrar no jogo significante fazendo signo das marcas nesse corpo.
Na era da biopolítica, entretanto, assistimos a fenômenos nos quais é difícil encontrar os traços da significação. Os desenvolvimentos da cirurgia, a engenharia genética e a química farmacológica produzem novos tipos de intervenções sobre o corpo que é agora a mercadoria privilegiada. Diga-me o tamanho de seus seios, a brancura de seus dentes ou o comprimento de seu cabelo e lhe direi quem você é e quanto vale. Eu o direi...! Ao menos por um instante! Compram-se e vendem-se identificações descartáveis com corpos que se deformam à vontade. No falso discurso do capitalismo a gama sem fim de objetos postiços se oferece como a sutura mágica para a ferida mais profunda.

Fotografia: Helmut Newton 

Mais além dos ideais plásticos do mercado encontramos, também, um uso desaforado desses objetos. Deformações, em alguns casos, monstruosas, que parecem se incluir em um tratamento do gozo que não conta com o falso furo da castração pela qual o Nome-do-Pai dá consistência ao corpo. Afazeres do corpo sobre o corpo, círculo sem fim na qual uma cirurgia convoca outra.
Não existe a opção: divã ou bisturi, entretanto, no que diz respeito à psicanálise, as manipulações químico-cirúrgicas podem tomar o valor de acontecimento de corpo com a condição de que isso se enlace com a língua de cada um. O espaço analítico com seu artifício de palavra posta em transferência vale dizer, a palavra que pode recortar um objeto, restitui ao sujeito um corpo para gozar. É uma chance para fazer da vida uma experiência um pouco mais suportável com um uso inédito e singular da cosmética."




III Simpósio de Psicanálise de Niterói
28 de setembro de 2013, sábado
Auditório do Edifício Central Park
Rua Otávio Carneiro, 143 - Icaraí - Niterói - RJ

Inscrições:simposiodepsicanalisedeniteroi@gmail.com